1. Manifestações Patológicas Ligadas à Fixação por Argamassa Convencional
Manchamento, fissuramento e descolamentos das placas, são as patologias mais freqüentes nos revestimentos pétreos de pisos fixados pelo processo tradicional. É comum a ocorrência de manchas provocadas, principalmente, por excesso de água da argamassa, impurezas do cimento, da areia e da própria água de amassamento. Estes fatores, aliados a uma alta porosidade da rocha, poderão reforçar o manchamento. A causa de excesso de água está na dosagem inadequada da argamassa que, pela exsudação, penetra nos poros da rocha. Se na permeação da água pela placa de rocha houver transporte de íons do cimento, nela dissociados, pode ocorrer precipitação destes em poros da rocha. Isto poderá causar manchas permanentes. Quando houver a careação dos sais solúveis para a superfície da placa, haverá a formação de eflorescência (manchas de coloração esbranquiçada) por precipitação desses sais. Estas patologias podem ser observadas na foto 1 (a) e (b). Essas fotos ilustram estes tipos de patologias em u revestimento com pedra ardósia, no entanto, essas patologias ocorrem com freqüência em outros tipos de materiais rochosos. Neste caso, a causa mais provável do aparecimento destas patologias foi a quantidade de água de amassamento utilizada para argamassa de assentamento das placas pétreas.
A presença de impurezas nas áreas tais como óxidos e hidróxidos de ferro, particularmente nas suas frações finas (#<100), podem, num meio altamente alcalino, como aquele promovido pela mistura água-cimento, se dissociarem e imigrarem, por capilaridades, para superfície da rocha aí se precipitarem e provocarem manchas.
As manchas podem estar distribuídas em toda a superfície das placas e nos estornos das juntas; este caso é agravado pela percolação de águas de limpeza ou pluviais, que contaminam a argamassa de assentamento ou de rejuntamento, produzindo substâncias que aceleram o aparecimento de manchas.
Além das causas apontadas acima as manchas em revestimento pétreos poderão estar associadas às fases de uso e à manutenção inadequada (FRAZÃO & CARUSO, 1989). Essas manchas são freqüentes quando se utiliza ácido muriático (clorídrico impuro) como material de limpeza após o assentamento das placas, o qual, quando aplicado sobre granitos produz manchas avermelhadas dióxido de ferro, originados da remoção de íons ferro da composição da biótica. Alguns produtos de limpeza existentes no mercado brasileiro, geralmente, são impróprios para a limpeza e manutenção dos revestimentos pétreos o que poderá, também, levar ao aparecimento de manchas destes.